segunda-feira, 23 de abril de 2012

Reclamar pode ser contagioso


"A reclamação além de ser contagiosa a curto prazo, também é a longo prazo. Ou seja, pessoas que convivem com outras que têm esse hábito, aprendem a repetir esse comportamento com mais frequência do que outras que não têm essa convivência".

Você tem o hábito de reclamar? Percebe com frequência esse comportamento nas pessoas à sua volta? Saiba que reclamar é contagioso e não resolve o problema.
Há diversas razões que as pessoas podem utilizar para justificar o hábito de reclamar: dentre as principais está a necessidade de extravasar (colocar para fora o incômodo) e buscar apoio de outras pessoas para a questão. Em outras palavras, a confirmação de que esteja certo. É possível que se encontre muitas outras justificativas, no entanto nenhuma delas será de resolução do problema. 

Desse modo, quando se reclama, além de não se modificar a situação (pois não se faz nada de concreto e além disso, em muitos casos ainda fica-se inerte) ainda se contamina quem está em volta com o mau humor ou agressividade que permeiam esse comportamento. Quantas vezes já vimos uma pessoa começar a reclamar de algo (ex. governo, trânsito, marido, filhos, etc...) e as outras presentes entrarem na mesma vibração perpetuando o mesmo comportamento?

A reclamação além de ser contagiosa a curto prazo, também é a longo prazo. Ou seja, pessoas que convivem com outras que têm esse hábito, aprendem a repetir esse comportamento com mais frequência do que outras que não têm essa convivência. Isso é particularmente fácil de perceber através de relação pais e filhos. Em muitos casos, pessoas que têm o padrão de comportamento de reclamar, têm ou tiveram pais que mantinham esse mesmo hábito. Dessa maneira, esse comportamento é contagioso tanto na horizontal (nas relações diárias) quanto na vertical (de geração para geração), sendo ele um dos componentes geradores e mantenedores de quadros depressivos.Ou você ouve pessoas com depressão contando coisas alegres e resolvendo todos os seus problemas conforme eles vão aparecendo?

Atente-se à atitude de reclamar! 

Convido-o a ficar atento a quantas vezes por dia você tem o comportamento de reclamar. Veja o que acontece com você e à sua volta quando você age dessa forma.

Miniteste: você é 'reclamona'? 

Você resolve o fruto do seu incômodo? 

Encontra soluções para viabilizar a questão? 

Fica mais motivado para resolver o problema? 

Reclamar te leva à ação? 

Consegue apoio concreto de outros para lidar com a dificuldade? 

Deixa o ambiente mais leve e alegre? 

Tem comportamentos mais eficazes?

Se respondeu não há pelo menos uma das questões acima, pode ser interessante experimentar alguma mudança nesse padrão de comportamento, uma vez que ele não está sendo funcional. 

Faça o seguinte 

Experimente não reclamar e, ao invés disso, analisar a situação de modo a saber o que você pode fazer para mudá-la - leia no texto anterior o passo a passo para encontrar soluções práticas para as preocupações produtivas. Se não puder resolver o problema, resolvido e está, e não vale a pena preocupar-se com ele ou reclamar sobre ele, uma vez que essa energia será desperdiçada.

Faça esse experimento e atente-se como fica o seu dia, a resolução das questões, o seu humor e o das pessoas à sua volta.

Leia este texto também em Via Estelar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Os três passos para se preocupar só de forma produtiva


Diferencie as preocupações produtivas das improdutivas e saiba lidar com as duas.

Existem preocupações produtivas e improdutivas. As produtivas são aquelas que nos ajudam a resolver os problemas, nos conduzindo a alguma ação a curto prazo e que dependa de nós.

As preocupações improdutivas são aquelas permeadas pelos “e-se” e que não levam a qualquer comportamento prático ou concreto.

Segundo o psicoterapeuta cognitivo Robert Leahy existem três crenças que sustentam as preocupações improdutivas:

• “Se algo me preocupa, então é importante e devo insistir nisso”;

• “Se algo me preocupa, então preciso identificar todas as soluções possíveis”;

• “Não consigo aceitar a incerteza”.

Como lidar com as preocupações

Algumas vezes, quando estamos preocupados com algo e compartilhamos isso com outra pessoa, podemos ouvir a seguinte frase: “Não se preocupe com isso” ou ainda: “Pare de se preocupar” e isso geralmente pode nos deixar ainda mais ansiosos ou irritados, pois faríamos isso se conseguíssemos, certo?

Dessa maneira, ao invés de não se preocupar, experimente preocupar-se de modo mais produtivo e eficaz. Para isso você precisa identificar como lidar com cada preocupação que lhe vem à cabeça.

Três passos para se preocupar de forma produtiva

1. Diferencie as preocupações produtivas das improdutivas

Perguntado-se se há algo que você possa fazer - que depende de você - a curto prazo para lidar com sua preocupação. Se a resposta for positiva, torna-se uma preocupação produtiva, se for negativa, é uma preocupação improdutiva.

Alguns exemplos de preocupações improdutivas são: “E se eu mudar de trabalho e não der certo?”, “E se eu for viajar e meu marido me trair?”, “E se meus amigos não gostarem mais de mim?”.

Exemplos de preocupações produtivas são: “O que coloco na mala para minha viagem?”, “Qual caminho faço para chegar mais rápido na festa?”, “Como posso dizer para meu colega de trabalho que estou incomodado com seu comportamento?”

2. Para preocupações improdutivas utilize estratégias para não se preocupar com elas (ex. distração, descrita no texto anterior – clique aqui e leia).

3. Utilize a preocupação produtiva para encontrar soluções práticas de curto prazo e entre em ação assim que possível

Para isso faça o seguinte:

a) Defina o problema;

b) Defina a meta ou objetivo a ser alcançado;

c) Faça uma lista das alternativas para resolver o problema e/ou atingir a meta;

d) Avalie as vantagens e desvantagens de cada uma;

e) Escolha uma alternativa e teste;

f) Avalie os resultados e veja o que precisa ser melhorado.

No início isso pode parecer muito complexo, mas com um pouco de prática, nos condicionamos a fazer isso quase que automaticamente. O resultado é um menor gasto de energia no dia a dia, já que focamos em ações práticas e desperdiçamos menos com elucubrações que não levam a nada.

Leia este texto também em Via Estelar.