quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Temos dificuldade de dizer sim às mudanças

"Precisamos analisar as novas oportunidades e convites que a vida nos traz..."

Outro dia assisti a um filme: "Sim senhor" (EUA 2009), dirigido por Peyton Reed. A película tem a seguinte sinopse: após o convite de um amigo, Carl Allen (Jim Carrey) decide ir a um culto de autoajuda, que tem como lema dizer sim a tudo.


Esse filme me fez refletir sobre o quanto muitos de nós somos resistentes a mudanças, a sair do que está estabelecido, a ir para outra possibilidade ainda desconhecida.

Temos muito medo das situações que saem da nossa zona de conforto e, na maioria das vezes, corremos dessas porque criamos a ilusão de "um bicho-papão" logo ali adiante. Questionamos nossa capacidade em lidar com o que ocorrerá, catastrofizamos o futuro. Enfim, criamos um cenário que daria medo para qualquer herói de contos de fadas.

Diante disso ficamos inertes, exatamente onde estamos. Inúmeras vezes perdemos boas oportunidades de aprendizado, de crescimento, de prazer, por medo de que ao dizer "sim", materializássemos todos esses monstros criados na cabeça.

Fato é: desde quando trocar o certo pelo incerto necessariamente é um mau negócio?

Desde quando dizer não, é mais seguro que dizer sim?

Não estou de modo algum fazendo apologia a sairmos todos nos jogando em qualquer nova situação e nem como sugere o filme: propor-se a dizer sim a tudo o que aparecer. Mas questiono o conservadorismo que inúmeras vezes se apresenta diante do novo, pelo único motivo de medos infundados.

Precisamos analisar as novas oportunidades e convites que a vida nos traz avaliando o que percebemos nelas, como nos sentimos frente a elas, o que teremos que abrir mão aceitando-as etc.

Mas, às vezes nos mantemos na inércia e no conforto de passarmos anos e anos sem ao menos nos arriscarmos a trocar a marca do shampoo que utilizamos ou o caminho que fazemos para o trabalho.

Vida é movimento, expansão e contração contínuos. Se ficamos estagnados, começamos a caminhar em direção à morte, ao congelamento do aprendizado contínuo e... qual o sentido então de nossos dias? Poderíamos nos equiparar a uma planta que nasce, cresce, reproduz e morre? Por acaso não temos muito mais potencial do que isso?

Pequenas mudanças ou experimentos diários podem ajudar a vencer o medo do novo, podem trazer a percepção de como o movimento é vida. Quando nos permitimos flexibilizar, fazer escolhas diferentes, por simplesmente estarmos em um momento diferente, podemos então sentir que estamos livres e isso gera uma sensação de alegria, que é oposta a uma sensação de medo, de opressão.

Permitamos ir além dos obstáculos que nós mesmos incutimos: "quem não arrisca nada arrisca tudo".

Leia este texto também em Via Estelar.

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