domingo, 10 de agosto de 2014

Você toma as rédeas sobre sua vida ou age passivamente?

"A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo, observe o que está emitindo” Buda

Quantas e quantas vezes estamos insatisfeitos com a nossa vida: com relacionamentos que temos, com situações pelas quais estamos passando, por eventos que acontecem. E o mais comum nesses momentos, é reclamarmos e culpabilizarmos o externo pelo que está ocorrendo. 

Desse modo, ficamos estagnados, de mãos atadas, sem a possibilidade de nada fazer. Quando nos permitimos entrar nesse contexto, não há chance alguma de mudança, a não ser que ela venha de fora mas, não temos controle algum sobre isso.


Sempre que algo acontece em nossa vida, algum grau de responsabilidade temos sobre isso. Seja por que fizemos ou deixamos de fazer alguma coisa. Dessa maneira, se a sua relação amorosa não está boa, no que você está contribuindo para isso? Se o seu trabalho não está satisfatório ou as relações que estabelece no mesmo não estão agradáveis, o que está fazendo que influencia isso? Ou ainda, por que ainda está lá? Se a sua vida social não está fluindo... que comportamentos está tendo para facilitar que isso ocorra?

Quando nos fazemos essas perguntas, mudamos a nossa percepção girando nosso foco de fora para dentro e aí toma-se o controle sobre a situação. Não estou com isso dizendo que tudo que acontece conosco ou em nossa vida é responsabilidade nossa. O que estou dizendo é que sempre temos algum grau de contribuição e, portanto, de escolha. Se algo não está satisfatório, você pode buscar identificar o que está fazendo e, identificando o que pode estar contribuindo para esse contexto, mudar, ao invés de ficar culpabilizando o externo.

Isso te torna mais senhor(a) de sua própria vida, faz com que a tome em suas mãos ao invés de ficar na postura de vítima ou gastando energia reclamando. Permite também fazer mudanças antes que as situações fiquem insustentáveis ou ainda que outros façam as mudanças por você e, nem sempre, essas sendo para a direção que você gostaria.

Quando nos apropriamos de nos mesmos, tomamos consciência de nossas ações no mundo, passamos a ter maior controle sobre nossas vidas e tornamo-nos autores das mesmas e não meros coadjuvantes. Assim, se não está gostando de algo, reflita sobre o que depende de você para fazer com que seja diferente. Opte por ser agente ativo ao invés de agente passivo. Compreenda que para cada ação há uma reação e, desse modo, sua vida é reflexo do que você faz.

Leia este texto também em Via Estelar.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Quanto mais bem-sucedida, maior a dificuldade de arrumar um companheiro

"O desafio agora é: retomar a receptividade e sensibilidade do feminino"


É cada vez mais comum ouvirmos falar em divórcios e casamentos desfeitos, bem como em inúmeras dificuldades nos relacionamentos amorosos. Dentre as mulheres, muitas sozinhas, com o mesmo discurso comum de "não encontro o homem certo". 

Afinal, o que está acontecendo?

Obviamente não serei leviana em querer encontrar uma única explicação para esse cenário. São diversas mudanças que ocorreram ao longo dos anos, as quais trouxeram ganhos por um lado mas, perdas por outro, dentre elas: libertação sexual, o "ficar", aumento do individualismo (com diminuição da valorização do coletivo e da família) etc. Nesse texto irei me ater a mudança nas crenças e comportamentos das mulheres.

A maioria de meus pacientes é constituído por mulheres, desse modo posso dizer que tenho uma amostra significativa do que se passa com elas nos dias atuais. Muitas estão solteiras e, parte das que estão em um relacionamento, estão insatisfeitas. 

Percebo mulheres capazes, independentes e bem-sucedidas se queixando da falta de um companheiro que as acompanhe. Quando digo "acompanhe" me refiro ao crescimento profissional, aos ganhos financeiros, na autonomia quanto às suas coisas pessoais: morar sozinha, cuidar do seu espaço...

As mulheres de modo geral, tiveram muitas conquistas recentemente mas, não na área amorosa; parece que esse quadro piora na medida em que a mulher se torna mais bem-sucedida e autônoma. Além da tendência de muitas mulheres perceberem diversos homens como "fracos", uma vez que diferente desses, conseguem assumir uma postura multitarefa com êxito (ser profissional, dar conta de uma casa - mesmo que muitas vezes contratando uma secretaria do lar, sustentar-se, ser mãe, etc), acabam dessa maneira não "precisando" de um outro e, diante disso, passam a se virar sozinhas. Isso influencia a parte emocional, de modo que essas mulheres se fecham para a vulnerabilidade e intimidade emocional. Assim, os relacionamentos não têm como acontecer.

As mulheres mudaram o cenário de suas próprias vidas e de uma sociedade mas, estão pagando um preço bastante alto pelas suas conquistas. Talvez na tentativa de se equiparar aos homens, tenham se saído tão bem, que se tornaram também mais racionais e renegaram sua parte mais sensível.

O desafio agora é: retomar a receptividade e sensibilidade do feminino (pedindo e aceitando ajuda, permitindo-se se envolver, podendo ser frágil) sem abrir totalmente mão da autonomia e independência.

Leia esse texto também em Via Estelar.