"A Síndrome de Tourette ou Síndrome de Gilles de La Tourette é uma doença de natureza neuropsiquiátrica (neurológica e psiquiátrica), caracterizada por fenômenos compulsivos, que resultam em uma série repentina de múltiplos tiques (motores e vocais) com frequência recorrente (diversas vezes ao dia)"
Piscar, chutar, xingar, se coçar, pigarrear, fazer caretas, tossir, retorcer-se, cheirar, tocar pessoas, etc... São alguns comportamentos que isoladamente e dentro de um contexto podem fazer todo o sentido. Mas e quando eles ocorrem de repente, sem nenhum estímulo aparente e ainda de maneira repetitiva? É possível que algumas pessoas chamem isso de tique e de certo modo elas têm razão.
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No entanto, quando esses comportamentos iniciam-se em fase precoce da vida, são extremamente frequentes e estimulados por situações de estresse, podemos estar diante de uma patologia.
A Síndrome de Tourette ou Síndrome de Gilles de La Tourette é uma doença de natureza neuropsiquiátrica (neurológica e psiquiátrica), caracterizada por fenômenos compulsivos, que resultam em uma série repentina de múltiplos tiques (motores e vocais) com frequência recorrente (diversas vezes ao dia). Tem início geralmente na infância ou adolescência e por definição antes dos 18 anos de idade. A idade média de início para os tiques motores é de sete anos e é uma doença de curso crônico e vitalício (para o restante da vida), no entanto pode sofrer remissões de períodos que vão de semanas e até anos.
Características e transtornos associados
Os sintomas mais comumente associados ao transtorno de Tourette são obsessões: pensamentos intrusivos, repetitivos e persistentes e compulsões comportamentos/ações que a pessoa se sente impelida a executar e que tem muita dificuldade em controlar. Hiperatividade, distração e impulsividade são relativamente comuns. Desconforto social com a sensação de estar sendo observado pelos outros, vergonha e humor deprimido também ocorrem com frequência.
A vida social, acadêmica ou profissional pode ser prejudicada, em vista da rejeição pelos outros ou ansiedade do próprio indivíduo quanto a ter os tiques em situações sociais. Em casos severos de Sindrome de Tourette, os tiques podem interferir diretamente nas atividades diárias como por exemplo: estudar, escrever, lavar a louça, etc...
Os tiques são divididos em dois tipos:
Sonoros: fungar, assoviar, repetir frases, grunhir, estalar a língua, suspirar
Motores: pular, estalar os dedos, torcer o pescoço.
Sonoros: fungar, assoviar, repetir frases, grunhir, estalar a língua, suspirar
Motores: pular, estalar os dedos, torcer o pescoço.
A coprolalia (falar palavrões ou obscenidades) e a copropraxia (gestos obscenos) são bem raras, estando presentes em menos de 10% da população com esse transtorno.
Os pacientes têm apenar alguns desses sintomas, geralmente o maior mal sendo o de ver-se como inadequado, negativizando o autoconceito (autoestima) e podendo até dificultar na realização de algumas atividades. No entanto, podem ocorrer complicações raras com alguns deles, mas com repercussões mais sérias para sua saúde física, incluindo ferimentos físicos ou problemas cutâneos tais como machucar-se (por beliscar-se ou coçar-se demasiadamente) ou ainda, a cegueira devido ao descolamento da retina (por bater a cabeça, golpear-se ou cutucar o olho) e problemas ortopédicos (por flexionar demais os joelhos, virar excessivamente o pescoço ou a cabeça).
Existem alguns outros transtornos que geralmente podem estar associados à Síndrome de Tourette, tais como: Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Transtorno da Aprendizagem, Fobia Social e Depressão.
Tratamento
Não há cura para a Síndrome de Tourette, mas existem várias maneiras de controlá-la. Os tratamentos dependem de cada paciente e são escolhidos de acordo com a necessidade e dificuldades do mesmo no dia a dia, ou seja, o quanto o transtorno afeta sua vida.
A terapia de reversão de hábito é um tipo de terapia comportamental que provou ser bem-sucedida em pacientes que sofrem dessa síndrome. A terapia tem entre seus componentes o treinamento de consciência (estar alerta e consciente), o treinamento de resposta competitiva (que compete com o tique), etc.
Especialistas acreditam que a resposta competitiva é a chave para o sucesso da terapia. Um paciente que sofre de tiques é treinado a identificar melhor quando um tique irá ocorrer (antecipar o comportamento). Quando ele tem um impulso para realizar o tique, realiza uma resposta competitiva: geralmente uma ação que usa os mesmos músculos que o tique usaria. Por exemplo, se ele sofre de um tique de encolhimento dos ombros, uma resposta competitiva seria esticar os músculos do pescoço e empurrar os ombros para baixo. Através desse processo o paciente vai percebendo que pode ter controle, amenizar e até suprimir os tiques.
Alguns dos pacientes com o transtorno precisam de medicação. No entanto, a maioria só faz uso dela se os sintomas interferem de maneira importante em seu cotidiano. Diversos médicos evitam preescrever remédios em função de seus efeitos colaterais e também pelo fato de que a maioria dos tiques podem ser controlados com suporte profissional e conscientização.
Especialistas acreditam que a resposta competitiva é a chave para o sucesso da terapia. Um paciente que sofre de tiques é treinado a identificar melhor quando um tique irá ocorrer (antecipar o comportamento). Quando ele tem um impulso para realizar o tique, realiza uma resposta competitiva: geralmente uma ação que usa os mesmos músculos que o tique usaria. Por exemplo, se ele sofre de um tique de encolhimento dos ombros, uma resposta competitiva seria esticar os músculos do pescoço e empurrar os ombros para baixo. Através desse processo o paciente vai percebendo que pode ter controle, amenizar e até suprimir os tiques.
Alguns dos pacientes com o transtorno precisam de medicação. No entanto, a maioria só faz uso dela se os sintomas interferem de maneira importante em seu cotidiano. Diversos médicos evitam preescrever remédios em função de seus efeitos colaterais e também pelo fato de que a maioria dos tiques podem ser controlados com suporte profissional e conscientização.
Leia este texto também em Via Estelar.
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