terça-feira, 26 de junho de 2012

Você não suporta incertezas no dia a dia? Saiba como superar


"A incerteza somente é demonstrativa de algo que ainda não foi definido; a priori não é algo nem bom e nem ruim, mas sim neutro"

A incerteza faz parte da vida de todas as pessoas. Desse modo a vivenciamos regularmente, mas cada um lida com ela de maneira muito diversa.

Pessoas com mais intolerância à incerteza tendem a se focar mais nas informações que a denotam e tendem a interpretá-las como ameaçadoras. Assim, sentem-se mais inseguras frente a qualquer possibilidade de incerteza.

Existem algumas crenças que geralmente estão ligadas à incerteza e que ajudam a torná-la insuportável:

Os cinco mitos da incerteza no dia a dia

1. A incerteza é inaceitável e deve ser evitada.

2. A incerteza reflete uma imagem negativa da pessoa que a tem.

3. A incerteza é frustrante.

4. A incerteza provoca estresse.

5. A incerteza impede a ação.

Intolerância à incerteza e preocupação

A intolerância à incerteza está diretamente ligada à preocupação, aliás essa a precede. Desse modo, quanto maior a intolerância, maior a preocupação como uma tentativa de resolver o que ainda está incerto.

A incerteza somente é demonstrativa de algo que ainda não foi definido; a priori não é algo nem bom e nem ruim, mas sim neutro.

Há casos em que a aversão à incerteza é tão alta que as pessoas preferem forçar uma resposta ou consequência negativa (para pelo menos ter alguma definição) do que continuar na dúvida.

Faça mudanças

A chave é fazer mudanças no grau de tolerância à incerteza e dessa maneira diminuir as preocupações.

Quando nos permitimos não saber e percebemos isso como algo possível, tolerável e que não gera resultados negativos, aprendemos que esperar alguma definição (e enquanto isso lidar com o incerto) é viável.

Três formas para lidar com a espera

1ª) - distrair-se com outras coisas (leia mais);

2ª) - trabalhar para que o resultado do que se espera seja o melhor possível;

3ª) - perceber a situação com a maior racionalidade possível, analisando as evidências a favor e contra de seu possível desdobramento. Isso é simples.

Leia este texto também em Via Estelar.

terça-feira, 5 de junho de 2012

O que está por trás da sua raiva?


Por Rosemeire Zago

Qual sua reação quando algo não acontece como gostaria? Ou diante de uma injustiça? Você consegue identificar as situações que o faz sentir raiva? Quando a sente, em geral você a expressa de alguma maneira ou a reprime? Como foi a última vez que teve um acesso de raiva? Caso tenha consciência do que gerou seu último acesso de raiva, será que era mesmo esse o motivo?

Sabemos que a "raiva" deseja o que quer, quando quer e nas condições que quer, como se não houvesse o menor controle sobre ela.

Descobrir a raiva em si pode indicar descobertas muito maiores e que devem ser reveladas, mas se não for explorada pode se tornar um grande obstáculo para investigar outras emoções mais profundas. A maioria das pessoas que fica zangada com freqüência pensa que conhece bem suas emoções, principalmente por causa de seus acessos.

Quem sente raiva quase sempre acredita que a raiva em si seja um sentimento genuíno, o que nem sempre corresponde à verdade. Nem sempre sabem o que estão realmente sentindo além da raiva facilmente perceptível, que em geral devasta tudo que está no caminho, como se fosse um furacão, deixando apenas como conseqüência os prejuízos. Os acessos de raiva são experiências muito dolorosas, tanto para quem as sente, como para quem é alvo dela. Porém, em muitos casos, a raiva acaba por ser tornar uma fortaleza de defesa para quem se sente sem poder e faz o possível para enfrentar um mundo que para ela é assustador.
Algumas situações de frustração podem fazê-lo querer provar de quem foi a culpa ou jurar vingança, quando na verdade podem ser expressões de desespero e desamparo. Lembre-se de alguma situação em que alguém o tratou assim, jurando que você iria pagar pelo que fez. Será que essa pessoa não estava se sentindo desamparada?

Uma pessoa muito zangada, na verdade, está amedrontada e assim, ataca. Toda hostilidade tem origem no medo, no desespero, em não saber como agir e como defesa, acaba por atacar. A raiva parece gerar uma coragem além do que acredita ter, podendo se tornar tão compulsiva que resulta quase sempre em violência. A pessoa irada parece estar sentindo qualquer sentimento, menos medo, mas não só está com medo, como apavorada. Pavor de perceber que não é capaz de controlar tudo. E sentindo-se assim, também deve sentir muita dor, porém essa dor é negada. Ou seja, sob a raiva há a dor e sob essa dor há o medo.

A dor pode ter sido causada por diversos motivos, a morte de alguém querido, a perda de um emprego, a falta de dinheiro para pagar as contas, um processo perdido, uma injustiça contra sua pessoa, o diagnóstico de uma doença, ter sido maltratado e quem o tratou assim não sentiu arrependimento, ou outros tantos fatores.

Como essa dor foi desprezada e negada, acaba por ficar reprimida e necessita ser manifestada de alguma forma, sendo muitas vezes expressa em forma de raiva. A raiva pode ser uma dor que foi reprimida e, por ser tão intensa, se torna mais fácil ficar irado do que entrar em contato com a dor.
Mas é preciso lembrar-se que a dor não desaparece com um acesso de raiva, muito pelo contrário, pode gerar mais dor pelas conseqüências que essa expressão pode causar. Quanto mais a dor é negada, maior e mais freqüente será a raiva, que é duplamente dolorosa. A dinâmica interior não é sua raiva, mas a causa da sua raiva. Essa é sua dor. Buscar essa causa é o que diminuirá de senti-la. Nem sempre quem o faz sentir raiva coincide com a causa da sua dor. A raiva é muito mais uma fuga dos próprios sentimentos.

A raiva também se manifesta em situações de impotência, a qual faz com que você se considere sem valor, incapaz de fazer diferença para alguém. Se a dor perante os fatos for profunda, poderá ser encoberta pela raiva, que o faz agredir por não se sentir capaz de amar e assim rejeita o amor dos outros - e que tanto necessita - por não acreditar ser merecedor desse amor.

A raiva impede o amor e isola a pessoa que a sente. É uma tentativa de afastar o que mais deseja: companhia e compreensão. No fundo acredita não ser capaz de ser entendido ou que não merece tal compreensão, tornando-se o primeiro a rejeitar qualquer possibilidade disso acontecer. O amor não ameaça forma alguma de vida, mas alimenta, apóia, busca acima de tudo a harmonia.

Como lidar com a raiva

Na próxima vez que sentir raiva, procure identificar se há medo ou dor por algo que aconteceu. Entre em contato com seus sentimentos, sem negar ou fazer que não os sente. Use sua raiva para descobrir mais sobre si mesmo. Ao se sentir com raiva, zangado por algo que ocorreu, pare o que estiver fazendo, falando ou pensando, opte por não gritar, atirar um objeto ou reagir com violência impulsiva, e volte sua atenção para o que estiver sentindo.

Isso não será fácil, mas valerá o esforço. Canalize sua energia em sua consciência, que o impedirá de agir por impulso e busque explorar seus sentimentos, incluindo a dor que está sentindo. Nesse momento perceberá que ter um acesso de raiva irá desviar sua atenção da verdadeira causa: sua dor. Mas ao se confrontar com sua dor perceberá ser o caminho mais seguro para deixar de senti-la.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Será que sofro de agorafobia?


"A palavra agorafobia provém da união entre os termos gregos agora (que significa lugar aberto, grande) e fobia (que significa medo). Desse modo agorafobia seria o medo de estar em locais públicos (amplos) ou em meio à multidão"
Sempre gostei de ir ao cinema, mas ultimamente, tenho que ir sempre acompanhada; sento-me na frente, perto da saída de emergência ou lá atrás, bem próxima à entrada. Às vezes, tenho a sensação de que terei que sair correndo de lá e só de pensar num possível incêndio fico apavorada. Não tenho conseguido pegar ônibus e nem metrô cheios, prefiro caminhar o quanto for necessário. Nos shopping ou lojas, só entro nos dias de semana, quando estão vazios e fora de épocas comemorativas. Uma vez, arrisquei entrar numa loja em liquidação. Com muito esforço fiquei lá uns dois minutos, mas não consegui ver a camisa que havia pedido ao vendedor, saí correndo.”

Esse pode ser o discurso de uma pessoa com agorafobia.

O que é agorafobia?

A palavra agorafobia provém da união entre os termos gregos agora (que significa lugar aberto, grande) e fobia (que significa medo). Desse modo agorafobia seria o medo de estar em locais públicos (amplos) ou em meio à multidão. No entanto, esse diagnóstico é mais abrangente do que isso e pode ser definido como a ansiedade (antecipação) de não conseguir escapar de situações embaraçosas ou de sentir algum mal-estar e não ser socorrido.

Esse medo é inespecífico*. Ou seja, não é ligado a um estímulo específico tal como elevador, escada rolante, etc. e ocorre em mais de uma situação como, por exemplo na presença de multidões, filas, ônibus, metrô, cinemas, túneis, pontes, barcos, congestionamentos ou às vezes até na própria casa quando se está só.

Geralmente esse diagnóstico está vinculado ao da síndrome do pânico, uma vez que ele pode desencadear crises de pânico.

Existem agorafóbicos que não conseguem ficar em casa sozinhos ou sair sem a companhia de uma pessoa, já que temem a falta de suporte em situações de pânico (“E se eu me sentir mal, quem é que vai estar lá para me auxiliar?”). Esse comportamento pode gerar irritação e impaciência nas pessoas, tornando mais difícil a convivência familiar e social do indivíduo.

*Diagnóstico diferencial: Não se deve confundir agorafobia com fobia específica. Essa está relacionada com situações ou objetos determinados, tais como baratas, cachorro, elevador, altura, dirigir veículos, avião, etc.

Leia este texto também em Via Estelar.