"Será que é possível sermos assertivos e ainda assim sermos amados?"
É muito comum quando chega um novo paciente no consultório ele ter como uma das questões a se resolver o problema de colocar limites para as outras pessoas, dizer não. Outros vêm com o objetivo de serem mais assertivos o que inclui conseguir dizer para as outras pessoas quando não está gostando de algo, que um determinado comportamento de alguém lhe faz mal etc.
De qualquer modo, o ponto em comum é o mesmo: medo de desagradar.
Muitos de nós fomos criados ouvindo frases como: "mamãe não gosta que você faça isso" ou "papai vai ficar triste se você agir assim" ou ainda "você é feio porque bateu na sua irmã". Todas elas passam a mesma mensagem, de que "quando eu faço determinada coisa eu desagrado pessoas que são muito importantes para mim ou de que sou uma pessoa ruim". De qualquer forma, o resultado esperado é o mesmo: "perder o afeto das pessoas que amo". Isso para uma criança é quase uma questão de sobrevivência.
Quando adultos podemos saber conscientemente que mesmo que alguém se chateie conosco ou até que se afaste, que sobreviveremos mas, mesmo assim, tememos essas situações e fazemos de tudo para nos esquivar delas, inclusive passar por cima de nós mesmos.
Quantas vezes você não quis emprestar dinheiro para alguém, porque já havia tido a experiência de não receber de volta, mas mesmo assim acabou concordando?
Quantas vezes você quis fazer algo mas, por saber que alguém importante para você ficaria chateado ou com ciúmes acabou por não fazer?
Quantas vezes alguém te pediu algo e mesmo você não querendo ou não podendo fazer acabou cedendo?
Pergunte-se: o que te levou a ter esse comportamento?
O que você temia que acontecesse caso dissesse "não" ou expressasse como se sentia diante daquele contexto?
Quantas vezes você quis fazer algo mas, por saber que alguém importante para você ficaria chateado ou com ciúmes acabou por não fazer?
Quantas vezes alguém te pediu algo e mesmo você não querendo ou não podendo fazer acabou cedendo?
Pergunte-se: o que te levou a ter esse comportamento?
O que você temia que acontecesse caso dissesse "não" ou expressasse como se sentia diante daquele contexto?
No fundo, temos medo de sermos rejeitados, deixados de ser amados, queridos e, para que esse grande mal não aconteça, fazemos coisas que não queremos. Entretanto, você se lembra de alguma experiência na qual tenha colocado algum limite e, ainda assim, não ter sido rejeitado(a)? De que a pessoa envolvida ainda continuasse te dedicando afeto? O que essa situação te faz pensar? Será que é possível sermos assertivos e ainda assim sermos amados?
Há um outro ponto também a ser levado em conta: como você se sente quando faz algo somente para não desagradar outra pessoa?
Como você fica com relação a essa pessoa? Como fica a relação de vocês? Vale a pena deixar as coisas assim pelo possível risco de desagradá-la?
Como você fica com relação a essa pessoa? Como fica a relação de vocês? Vale a pena deixar as coisas assim pelo possível risco de desagradá-la?
Medo de ser rejeitado por dizer não geralmente é infundado
Quando passamos a refletir sobre as situações nas quais nos esquivamos de sermos assertivos percebemos inúmeras vezes que nossos medos são infundados e que ficamos ainda mais infelizes por passarmos por cima de nós do que com a possibilidade (já que muitas vezes não há prova) do outro se chatear conosco.
O que ocorre é que estamos reproduzindo situações de nosso passado onde nossos pais ao invés de nos conscientizar da consequências de nossas ações e deixar que escolhêssemos, acabavam colocando em xeque o amor que sentiam por nós. Hoje, adultos, revivemos esse mesmo sentimento com outras pessoas que nos sejam importantes. A maneira de sair desse ciclo é questionando-se diante de eventos os quais nos causem medo de nos colocarmos e tomarmos consciência do que realmente está se passando naquele momento. Assim seremos movidos pelo nosso lado adulto e não por nossa "criança interna assustada" a qual inclusive passará a se sentir mais segura conforme for tendo provas de que ela sobrevive as possíveis rejeições (que realmente poderão acontecer) e que muitas vezes não deixará de ser amada.
O que ocorre é que estamos reproduzindo situações de nosso passado onde nossos pais ao invés de nos conscientizar da consequências de nossas ações e deixar que escolhêssemos, acabavam colocando em xeque o amor que sentiam por nós. Hoje, adultos, revivemos esse mesmo sentimento com outras pessoas que nos sejam importantes. A maneira de sair desse ciclo é questionando-se diante de eventos os quais nos causem medo de nos colocarmos e tomarmos consciência do que realmente está se passando naquele momento. Assim seremos movidos pelo nosso lado adulto e não por nossa "criança interna assustada" a qual inclusive passará a se sentir mais segura conforme for tendo provas de que ela sobrevive as possíveis rejeições (que realmente poderão acontecer) e que muitas vezes não deixará de ser amada.
Leia esse texto também em Via Estelar.
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