"Simplesmente preguiça por preguiça não existe..."
Em
meus atendimentos algumas vezes recebo como feedback de meus
pacientes, diante de alguma tarefa de casa que não foi feita, que
isso ocorreu por conta da preguiça. Às vezes culpam-se ou cobram-se
por terem se sentido assim e veem isso como se fosse uma fraqueza de
caráter.
Ao
longo de minha prática percebi que sempre há algo por trás da
preguiça.
Simplesmente
preguiça por preguiça não existe; ela é um comportamento
resultante de alguma percepção que temos a respeito de uma
determinada situação. Por exemplo, podemos dizer que estamos com
preguiça de fazer determinado trabalho mas, se formos um pouco mais
fundo, perceberemos esse trabalho como chato ou como difícil ou
ainda que demandará muito tempo e, diante dessa percepção, ficamos
com preguiça de fazê-lo. Outro exemplo, relatado por uma pessoa que
atendi, era de ter preguiça para sair de casa sempre que as amigas a
convidavam para algum programa noturno. Em terapia descobrimos que
essa paciente encobria um medo que ela tinha de sair à noite por
conta de um trauma que havia sofrido anos atrás.
A
preguiça é uma esquiva de algo. Se compreendemos do que estamos nos
esquivando, podemos buscar uma estratégia para lidar com essa
questão, e então, a preguiça não mais fará sentido.
Poderemos
ou não mais senti-la ou perceber que se ela se mantém lá é por
que continua sinalizando algo que não pode ser ignorado, como por
exemplo, não querer ir a uma festa porque se está cansado ("com
preguiça"). Essa informação é real e precisa ser respeitada;
se forçar em ignorá-lá poderá não gerar bons resultados.
Sabendo
portanto, que a preguiça é um sintoma, cabe a pessoa se questionar
o que pode estar na raiz da mesma ou ainda do que se está fugindo.
Essa informação será essencial para poder traçar uma boa
estratégia de como lidar com ela, ao invés de ficar se
culpabilizando ou se cobrando por sentir preguiça.
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