segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Na TCC o sonho é visto como se fosse real


"Como o sonhador mantém suas crenças dormindo ou acordado, será possível identificar possíveis distorções cognitivas e desafiá-las, buscando uma flexibilização das mesmas"

O trabalho com os sonhos em psicologia clínica é bem conhecido.

Muito se deve ao trabalho de Freud que focou a psicoterapia em estudar e compreender o inconsciente e para isso utilizou dentre outras técnicas a interpretação dos sonhos.

Na TCC o trabalho com sonhos não é muito recorrente e por isso mesmo pouco conhecido. Não se utiliza interpretações simbólicas (por exemplo: sonhar com água pode significar entrar em contato com suas emoções), mas sim, o Modelo Cognitivo. Trocando em miúdos, assim como acontece no dia a dia, os sonhos são vistos como situações em relação às quais a pessoa tem suas percepções, emoções e comportamentos. Diante de uma situação X a pessoa tem certa percepção, em conseqüência dessa, uma emoção resulta em um dado comportamento. Desse modo o sonho é tratado como se fosse uma situação real que o paciente experienciou.

No trabalho com sonhos em uma sessão de TCC, o paciente relata seu sonho, descreve tudo o que se lembra com a maior riqueza de detalhes possível e o psicoterapeuta investiga com ele suas percepções no sonho: o que passou na sua cabeça, tanto durante o sonho, quanto quando ele o descreve.
Como o sonhador mantém suas crenças dormindo ou acordado, será possível identificar possíveis distorções cognitivas e desafiá-las, buscando uma flexibilização das mesmas.

Fora isso, investiga-se também se há semelhança entre as emoções presentes nos sonhos com o que a pessoa pensa e sente na vida real, em seu dia a dia, ou em uma situação específica. Assim pode-se verificar se existem padrões tanto de estilos de pensamento (forma de pensar), quanto de emoções e tirar aprendizados, bem como modificar o que não for funcional (positivo).

Desse modo, mesmo o trabalho com sonhos que seria mais subjetivo, torna-se mais objetivo e prático. Já que se busca aproximar o conteúdo que toca o paciente no sonho, com sua realidade no momento presente.

Leia este texto também em Via Estelar.

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