terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nomes que damos às emoções dependem de vivências da infância



O nome que damos ao que sentimos corresponde de fato à emoção vivida? 

"... desde que nascemos e passamos a interagir com outros seres humanos, passamos a ser educados sobre o que estamos sentindo..."
É possível dizer que as emoções sempre estiveram presentes em nós desde nosso nascimento?

Ou então, a partir de quando passamos a ter emoções ou sentimentos? Essa é uma reflexão interessante de se fazer.

Como sabemos se estamos tristes, com raiva, com medo ou ainda alegres?

No que você se baseia para nomear aquilo que sente em um determinado momento?

O que utilizamos como parâmetro são nossas reações físicas e fisiológicas.

É através de algumas mudanças no nosso organismo (sinais – percebidos ou medidos por outros - e sintomas – perceptíveis somente para a própria pessoa) que nos baseamos para dizer o que estamos sentindo.

Desse modo, as emoções, sentimentos e humores, estão diretamente ligadas à propriocepção, ou seja, a capacidade que cada um tem de perceber seu próprio corpo.

Se eu me atento mais às minhas reações corporais, tanto mais eu perceberei qualquer oscilação, podendo ou não atribuir essas alterações a uma mudança de humor ou ainda a alguma emoção.

O que determina então se eu atribuirei ou não alguma mudança em meu organismo a uma emoção, sentimento ou humor?

Isso dependerá muito da educação que tive na minha infância. Você pode-se perguntar o que ou como a educação influencia as emoções ou humor de uma pessoa. O que ocorre é que desde que nascemos e passamos a interagir com outros seres humanos, passamos a ser educados sobre o que estamos sentindo.

Quando o bebê abre a boca e mostra as gengivas, esboçando um sorriso, a mãe pode-lhe dizer: “Você está feliz porque viu a mamãe!” ou ainda, quando o bebê está no berço e chora, a mãe pode pegá-lo no colo e dizer: “Você estava triste por que mamãe te deixou aqui sozinho?”

Dessa maneira, passamos desde cedo a ter uma instrução sobre o que estamos sentindo com base nos feedbacks recebidos de quem está à nossa volta. Dessa forma, associamos o nome que outros dão a algumas reações que temos, ao que percebemos sentir naquele momento. Aos poucos nos apropriamos dessas alterações que percebemos em nosso organismo e sozinhos passamos a nomear um conjunto de reações físicas e fisiológicas, fornecendo-lhes um rótulo: alegria, ansiedade, irritação, mau humor, amor, etc.
Reações corporais e emoções 

Dentro desse processo há também uma percepção das diferentes nuances das mudanças que percebemos em nosso corpo, acarretando assim em nomes diferentes para diversas reações. Por exemplo: podemos dizer que ficamos com raiva em um determinado momento, sendo isso mais sutil do que se disséssemos (ou reconhecêssemos) que sentimos ódio.

Desse modo o reconhecimento e nomeação das emoções e estados de humor depende muitíssimo do estímulo que tivemos em nossa infância. Cada família e/ou cultura dá mais ou menos foco (atenção) para as emoções, bem como às emoções positivas ou negativas. Há famílias mais ansiosas, famílias mais alegres e portanto dão mais atenção a esses sentimentos.

Não é difícil perceber diferenças no modo como as pessoas vivenciam suas emoções nas diferentes famílias e culturas.

Leia este texto também em Via Estelar.

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