As emoções são
importantes atributos que temos e que, além de nos permitirem nos
relacionarmos com coisas, pessoas e situações (são elas que
motivam nossos comportamentos) também são termômetros de como as
percebemos. Sem as emoções, nosso funcionamento e respostas seriam
muito diferentes.
Uma das emoções
muito mal "compreendida" é a raiva. Ela é vista por
muitos como algo ruim e prejudicial.
A raiva por si só
não é ruim e nem boa, assim como qualquer outra emoção. Bom ou
ruim é o que fazemos com ela. Podemos utilizar a energia que ela
gera (que é muita) para destruir ou construir. Por exemplo, para
praticar uma atividade física, fazer uma faxina ou sovar uma massa
de pão. Enfim, qualquer atividade que requeira mais energia, que
seja mais vigorosa, assim como é com a raiva.
Quando se tem
consciência do que gerou uma determinada emoção e se relaciona
melhor com esse conteúdo, passa-se então a não sofrer tanto pela
emoção resultante, seja ela de tristeza, medo ou raiva, porque
aceita-se essa emoção ao invés de brigar com ela.
Meu conhecimento e
experiência me mostram que muitas vezes a raiva pode ser uma forma
de defesa contra o medo que se sente frente a uma situação, mas que
não se percebe. O que acaba se percebendo é somente o que se vê
diante disso: uma reação de agressividade. Isso abre uma
oportunidade de perceber a raiva de outra maneira: uma tentativa de
se proteger (bem como as reações instintivas dos animais quando
percebem perigo - fogem ou atacam).
O que devemos nos
perguntar é: "O que estamos temendo?", "Há realmente
uma ameaça ou nós que interpretamos a intenção da pessoa desse
modo?"
É possível que
através desses questionamentos percebamos que fazemos diversas
distorções cognitivas (veja aqui) em contextos que não
necessariamente há uma ameaça mas, por percebermos desse modo,
sofremos.
Reveja suas reações
agressivas, perceba quando a raiva aparece, reflita se há a
percepção de ameaça e você está respondendo "eriçando os
pelos e colocando as garras de fora"; veja se há realmente
necessidade disso contra essa pessoa ou se há o medo da
vulnerabilidade e, para evitar isso, ataca.
Aproveite as
situações para se conhecer e poder trabalhar sobre elas.