sexta-feira, 27 de março de 2015

Negociação difícil? Busque um acordo em três passos

"Diversidade de necessidades e grau de importância para cada um é que dificultam negociação"

Um dos problemas que invariavelmente pode ocorrer em diversos contextos (familiar, relacionamento amoroso, entre amigos, etc) é a dificuldade em conciliar diferentes interesses e ideias. 

A diversidade de necessidades entre envolvidos e o nível de importância que elas têm para cada um é que podem fazer com que a resolução do problema ou a chegada em um acordo não seja algo muito fácil.

Quando isso ocorre geralmente surgem as discussões na tentativa de cada lado se impor ou fazer valer o seu desejo. O resultado muitas vezes não é bom, pois dificilmente desse modo há uma conciliação pacífica das ideias mas sim uma das partes cedendo por medo ou ambas insistindo em não ceder e, nesse caso, não há jogo.

Quando aprendemos maneiras de perceber com mais consciência nossas ideias e o grau de importância que elas têm para nós, podemos então, colocar em prática um outro modo de lidar com essas situações.

Busque um acordo em três passos:

O primeiro passo é ter clareza do que você quer. Sabe exatamente seu desejo? Pode descrever de modo objetivo seu interesse ou ideia? Sabendo o que irá pedir ou propor facilita para o outro perceber quais são os pontos envolvidos e o quanto se aproxima ou se diferencia do que ele quer.

O segundo passo é colocar  uma estratégia desenvolvida pelo coach César Augusto Sápia que constitui em se perguntar o nível de importância que isso tem para você. Se você fosse colocar em uma escala de 0 a 5, sendo que 0 é algo que não tem nenhuma significância para você e 5 algo que tem realmente muita importância, em que patamar honestamente estaria essa questão?

O terceiro passo consiste em comunicar essas duas informações para a(s) outra(s) parte(s) envolvida(s) e ouvir o lado dele(s), procurando uma maneira de conciliar as ideias ou ceder, dependendo do nível de importância atribuído.

Para isso, se faz necessário que não se minta quanto ao número da escala pois, isso impede que seja feito um acordo honesto e conciliatório. Geralmente quando um dos lados percebe que para o outro a questão tem realmente mais importância do que para si, fica mais fácil de abrir mão, sabendo que isso também se dará no futuro, quando for o contrário.

Experimente!


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Mostrar-se vulnerável ao outro pode ser positivo

"O quanto você cria desfechos terríveis na sua cabeça sem ao menos ter alguma evidência com base para isso?" 

Se perguntarmos a alguém qual é a frequência em que se permite ficar vulnerável, é muito provável que responda: o mínimo possível. Aliás, até evita essas situações.

Percebemos a vulnerabilidade como um momento de desconforto, no qual nos sentimos expostos ao outro, temendo que esse possa nos ferir emocionalmente.
No entanto, se buscarmos em nossa memória lembranças de bem-estar junto a outras pessoas, há uma grande probabilidade de que as situações que nos venham à mente sejam junto de pessoas com as quais nos sintamos a vontade, próximos e, por que não, vulneráveis?

Como é se lembrar de algum momento em que tenha se arriscado a dizer seus sentimentos amorosos para alguém ou ainda poder se abrir sobre algo que estava te machucando?
Pode haver medo presente nessa memória, mas também um alívio ou até alegria após baixar a guarda e se mostrar vulnerável.

Desse modo, percebemos que passamos a maior parte do tempo nos protegendo do possível julgamento dos outros, da possibilidade do sentimento de alguém a quem se considera especial não ser recíproco.

Resumindo: estamos o tempo todo fugindo da rejeição, mesmo sem saber se ela está lá ou não.

Você já parou para pensar quanta energia despende nisso?

Quantas boas oportunidades pode ter perdido?

O quanto de tempo pode ter desperdiçado?

O quanto você cria desfechos terríveis na sua cabeça sem ao menos ter alguma evidência com base para isso?

Permitir-se viver colocando-se mais em situações de vulnerabilidade emocional pode parecer uma aventura grande demais mas, na realidade, nos leva a nos aproximarmos de nosso lado mais humanitário, bem como estreitar os laços afetivos com outras pessoas.

Aprendemos a viver em uma realidade de aparências na qual nos engessamos; são pouquíssimos aqueles que nos conhecem verdadeiramente e, somente com esses, sentimo-nos realmente à vontade.

Convido-os à reflexão de como seria vivenciar mais momentos de vulnerabilidade e se o risco pode valer os resultados alcançados com essa atitude.

Lembre-se de quando você sentiu aquele frio na barriga para dizer algo que sentia e como ficou depois independente do resultado.


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O que há por trás da preguiça?

"Simplesmente preguiça por preguiça não existe..." 


Em meus atendimentos algumas vezes recebo como feedback de meus pacientes, diante de alguma tarefa de casa que não foi feita, que isso ocorreu por conta da preguiça. Às vezes culpam-se ou cobram-se por terem se sentido assim e veem isso como se fosse uma fraqueza de caráter.


Ao longo de minha prática percebi que sempre há algo por trás da preguiça.

Simplesmente preguiça por preguiça não existe; ela é um comportamento resultante de alguma percepção que temos a respeito de uma determinada situação. Por exemplo, podemos dizer que estamos com preguiça de fazer determinado trabalho mas, se formos um pouco mais fundo, perceberemos esse trabalho como chato ou como difícil ou ainda que demandará muito tempo e, diante dessa percepção, ficamos com preguiça de fazê-lo. Outro exemplo, relatado por uma pessoa que atendi, era de ter preguiça para sair de casa sempre que as amigas a convidavam para algum programa noturno. Em terapia descobrimos que essa paciente encobria um medo que ela tinha de sair à noite por conta de um trauma que havia sofrido anos atrás.

A preguiça é uma esquiva de algo. Se compreendemos do que estamos nos esquivando, podemos buscar uma estratégia para lidar com essa questão, e então, a preguiça não mais fará sentido.


Poderemos ou não mais senti-la ou perceber que se ela se mantém lá é por que continua sinalizando algo que não pode ser ignorado, como por exemplo, não querer ir a uma festa porque se está cansado ("com preguiça"). Essa informação é real e precisa ser respeitada; se forçar em ignorá-lá poderá não gerar bons resultados.

Sabendo portanto, que a preguiça é um sintoma, cabe a pessoa se questionar o que pode estar na raiz da mesma ou ainda do que se está fugindo. Essa informação será essencial para poder traçar uma boa estratégia de como lidar com ela, ao invés de ficar se culpabilizando ou se cobrando por sentir preguiça.


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